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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

NÃO SOMOS MULHERES

Falo por mim, óbvio, mas jamais diria que sou mulher. Não tenho alma de mulher, não tenho identidade feminina e não acho que conseguiria ser mulher 100% do meu tempo. Pra mim, o universo feminino é algo mágico e misterioso e ser crossdresser é poder experimentar transitar pelo lado de dentro desse universo de vez em quando.
É evidente que há muitos tons de rosas, muito mais dos que os óbvios 50, em todo o tipo de homens que guardam algum traço de identidade feminino. Desde os curiosos que vão passar a vida se imaginando de vestido em segredo até as mulheres transgêneros que passam pela transição. Mas nessa escala rosada cromática, acho que me posiciono em um tom pálido, que vez por outra, aspira por uma cor mais saturada e é aí que quero experimentar. Escolho sempre o glamour, o brilho, a vida noturna, baladas, cabelos soltos, saltos altíssimos e maquiagem carregada. Convenientemente escolho a parte fantasiosa da vida feminina da qual os homens observam de fora e fantasiam enquanto ainda não fazem parte da vida íntima de uma mulher. Sei que ser mulher é bem mais do que isso, e acho que já tenho idade para dizer que não seria boa no que elas são melhores. As facetas mais belas das mulheres são bem mais difíceis de simular do que conseguiria com camadas e mais camadas de base pó compacto. Acolher, cuidar, doar-se são traços bem mais difíceis de serem imitados.
Deixo aqui toda a minha admiração por elas, que me deixam tão fascinados que me fazem querer tentar ser uma delas, como um menino que se veste de Batman para devotar toda a admiração pro seu herói.